O FÓSFORO E A VELA




Chegou o grande dia. O fósforo foi ao encontro da vela e lhe disse:
- Fui designado para acender-te; é a nossa vez.
A vela, apreensiva, respondeu:
- Por favor, não! Se eu ficar acesa, os meus dias estarão contados, pois pouco a pouco a chama me consumirá e ninguém mais irá me ver!
- Então preferes passar a vida inteira inerte e inútil, sem experimentar a boa sensação de iluminar o mundo à sua volta?
- Mas o fogo irá me queimar e isso vai doer e me consumir completamente! - resmungou a vela quase chorando. 
- Sim! Isso também acontecerá comigo. Mas é essa a nossa vocação. Fomos criados para dar luz e nenhum de nós durará para sempre; cumpre, portanto, que realizemos nossa incumbência. Este recinto precisa de você e você precisa de mim. Minha existência não terá sentido se eu não te acender. Eu existo para criar o fogo e você para iluminar com o fogo. Teu sofrimento será momentâneo, mas todos aqui serão agraciados com a tua luz!
A vela refletiu; encheu-se de ânimo e de expectativa. Afinou seu pavio e disse:
- Estou pronta; acenda-me.
Somos todos velas com prazo de validade, destinadas a brilhar neste mundo. Não podemos fugir à nossa missão. 
Você já se deixou acender ou ainda se recusa a isso?

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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