A JOIA PERDIDA




Um nômade atravessava o deserto crepuscular quando se deparou com um sheik sentado ao pé de uma palmeira. A pouca distância repousavam os seus cavalos, camelos e servos, ao lado de tendas abarrotadas com valiosos objetos.
O abastado árabe parecia muito pesaroso e isso comoveu o viajante, que dele se aproximou. 
- Vejo que o senhor está preocupado. Posso ajudar em alguma coisa?
- Ah! Estou muito aflito; acabo de perder a mais preciosa de todas as joias.
- E que joia era essa? 
- Uma joia como nenhuma outra! Estava encravada num pedaço de pedra da vida e talhada na oficina do tempo. Adornavam-na vinte e quatro brilhantes, em volta dos quais agrupavam-se sessenta brilhantes menores!
O andarilho ficou impressionado e atônito ao mesmo tempo.
- Pela sua descrição, é mesmo uma joia de grande valor. Mas noto que o senhor é muito rico; certamente poderá adquirir uma outra joia até mais valiosa!
O árabe balançou a cabeça. 
- Meu amigo: a joia perdida era um dia; é impossível reaver um dia que se perde!
Assim como esse sheik, damos tanto valor a cada dia de nossa breve existência?

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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