OS ARROGANTES




Certa vez, um alfinete e uma agulha se encontraram em uma cesta de costura e começaram a discutir, cada um se considerando melhor e mais importante que o outro:
- Afinal, qual é mesmo a sua utilidade? - disse o alfinete à agulha - Você nem mesmo tem cabeça!
- E você? De que te serve a cabeça se não tem olho? - retrucou a agulha.
- Ora! E de que adianta seu olho se há sempre um fio dentro dele?
- Pois fique sabendo que mesmo com um fio atravessando o meu olho, ainda posso fazer muito mais que você!
O alfinete ia responder mas silenciou ao ver a dona da casa chegando; ela pegou a cesta de costura a fim de remendar um pequeno rasgo no tapete.
Enfiou na agulha uma linha grossa e se pôs a costurar. De repente a linha se emaranhou, dando um nó cego. Irritada, a mulher deu um puxão violento que acabou rompendo o olho da agulha.
Ela então amarrou outra linha na cabeça do alfinete e conseguiu dar os pontos finais; mas quando puxou o resto da linha, a cabeça do alfinete se desprendeu.
Impacientou-se.
- Mas que droga! Agora vou ter que ir à rua comprar outro alfinete e agulha!
Jogou no lixo as ferramentas arruinadas e saiu resmungando.
O alfinete e a agulha estavam ambos enganados. Nenhum deles era insubstituível.
Cuidado com a arrogância. Reconheça suas virtudes e talentos, mas não ao ponto de se julgar melhor que todo mundo.

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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