LENÇO AMARELO




Um jovem aparentemente muito aflito e nervoso caminhava de um lado para outro dentro do trem no qual viajava. Outro passageiro, um homem bem mais velho, após observá-lo por muito tempo, chamou-o. 
- Meu rapaz, por que estás tão inquieto?
- Não adianta contar, pois o senhor não pode me ajudar. 
Mesmo assim o homem insistiu:
- Bem melhor é você desabafar; já estará ajudando a si mesmo. E além disso, talvez eu possa sim te ajudar de algum jeito.
- Está bem, senhor; vou falar. Muito tempo atrás abandonei meu pai e fui morar longe, tentar uma vida independente, mas depois me arrependi. Resolvi voltar e então escrevi a ele, pedindo para me aceitar de volta e avisei que estaria neste trem. Se ele concordasse com meu retorno, que amarrasse um lenço amarelo em um galho bem alto da árvore que fica em frente à nossa casa, próxima à estação. Estou angustiado pois tenho receio de que não haja nenhum lenço na árvore. 
- Fique tranquilo! - respondeu o senhor - Eu fico olhando por você.
E assim dizendo, posicionou-se na janela e ficou observando. O trem estava chegando à estação. 
- E então, senhor? - indagou apreensivo o mancebo - Vê algum lenço amarelo na árvore?
- Apresse-se, meu jovem, chegou sua vez de descer; há MUITOS lenços amarelos, um em cada galho da árvore!
Nem sempre a vida oferece uma segunda chance aos que se arrependem; às vezes acaba sendo tarde demais. Portanto nunca desperdice uma nova oportunidade de acertar, se ela chegar até você!

Texto de Moacir Simões - adaptação de Marcos Aguiar. 

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