FARDOS




Um homem caminhava vacilante pela estrada levando uma pedra numa mão e um tijolo na outra. Às costas, carregava um saco cheio de terra; em volta do peito, correntes penduradas; e sobre a cabeça, uma abóbora enorme.
No meio do caminho encontrou outro homem, sentado à sombra de uma tamarineira, que lhe perguntou :
- Ei, amigo, por que carrega esses pesos nas mãos?
- É estranho, mas eu nunca havia me dado conta de estar segurando isto!
E, assim dizendo, lançou fora a pedra e o tijolo. Com isso sentiu-se um pouco melhor.
Mais adiante, outro andarilho o interpelou:
- Bom dia, companheiro! Como consegue equilibrar o tempo todo essa abóbora?
- Nossa... obrigado por perguntar, porque eu nem lembrava desse peso na cabeça! - respondeu o viajante, jogando a abóbora para um lado.
Percebeu que agora raciocinava até melhor e caminhava com mais vontade. E assim, ao longo do trajeto, ele foi se desvencilhando de cada fardo, até se ver livre de todos eles. 
Estivera tão entretido com os empecilhos da jornada que não se apercebera das próprias tralhas e por isso seguia a passo lento e sem vigor.
É o problema de muitas pessoas. Carregam, inconscientemente, pesos desnecessários e por isso vivem tão oprimidas e cansadas. Permanecerão assim até se permitirem ser ajudadas por outras pessoas. 
Se você está sobrecarregado e alguém te adverte sobre isso, desabafe e não guarde sua dor. Um problema compartilhado é mais fácil de suportar e você se sentirá mais leve. Acredite que, mesmo num mundo de desamor, você sempre encontrará uma mão amiga.

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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