EXTREMOS DO AMOR

Havia uma comunidade que morava ao pé da montanha. Todos ali viviam em paz, trabalhando na terra, cultivando flores e árvores frutíferas. Formavam uma verdadeira grande família, na qual todo mundo se ajudava.

No alto da mesma montanha existia outra comunidade, mas as pessoas de lá não eram tão gentis e civilizadas. Apesar da proximidade, nenhuma comunidade tinha conhecimento da outra, pois havia uma densa mata entre elas.

Um dia, alguns da montanha resolveram descer ao vale em busca de riquezas. Surpreenderam-se ao descobrir aquela gente trabalhadora e onde todos pareciam muito felizes. Contemplando, extasiados, seus pomares e jardins, tiveram a ideia de levar uma "semente" daquele povo. Assim, raptaram uma criança e desapareceram por entre o matagal, montanha acima.

A pobre mãe, ao perceber o berço vazio, caiu no desespero. O conselho da comunidade se reuniu, resolvendo enviar uns homens para resgatar o pequenino. Ajuntaram provisões e partiram. 

Passaram-se vários dias lentos e angustiantes para aquele povo. Olhavam o tempo todo, apreensivos, para o alto da montanha.

Numa tarde, finalmente, os homens regressaram, mas de mãos vazias. Após muitas tentativas, haviam se perdido entre as trilhas da montanha. Sentiam-se arrasados e envergonhados por terem falhado em sua missão. 

De repente, ouviu-se um choro infantil. Qual não foi a surpresa de todos ao verem a mãe com seu bebê, saindo de dentro da mata!

A mulher estava com as roupas rasgadas, a pele queimada pelo frio e o bebê inteiramente protegido por uma grossa manta, incólume e salvo.

- Senhora, como conseguiu resgatar seu bebê quando nós homens não tivemos nenhum sucesso? - perguntaram assombrados.

A mãe, ofegante e aconchegando ainda mais ao peito o seu tesouro, sorriu:

- Muito simples. Eu consegui porque era o meu filho que estava lá em cima.

O amor verdadeiro desconhece barreiras intransponíveis. Não há nada que ele não possa transpor.

O amor de uma autêntica mãe é, sem dúvida, o mais notável entre todos. Ela é como uma estrela no céu da humanidade e um anjo protetor no mundo.

Texto de Jack Canfield - adaptação de Marcos Aguiar.