A ENCANTADORA DE BURROS




O que tinha de bonita, Lulita tinha de malandra. Nascida no interior, foi certa vez a uma fazenda vizinha e pagou por um burro 500 reais. O antigo dono concordou em entregar-lhe o animal no dia seguinte.
Quando Lulita voltou para buscar o bicho, o fazendeiro lhe disse:
- Desculpa, moça, mas o burro morreu esta noite.
- Tudo bem, não importa; vou levá-lo assim mesmo.
- Mas pra quê? 
- Vou fazer uma rifa com ele! - respondeu Lulita piscando o olho.
- Está louca! Como vai sortear um burro morto?
- Simples: não conto pra ninguém que ele está morto!
Tempos depois o fazendeiro reencontrou Lulita.
- E aí? Conseguiu rifar o burro?
- Sim! Vendi 700 números a 20 reais cada e arrecadei quase 14.000!
- E ninguém reclamou?
- Apenas o vencedor. Então lhe devolvi os 20 reais.
- Eita, menina esperta! - comentou o velho ao se despedir.
O tempo passou e Lulita entrou na política. Foi eleita deputada, depois senadora e depois ministra; mas nunca abandonou a malandragem. Dinheiro público sem conta acabava parando no seu bolso.
Lulita nunca trabalhou na vida, nunca fez nada de produtivo, mas enriqueceu na política - porque encontrou muitos “burros mortos” que caíam na lábia dela.
Ainda hoje Lulita continua "encantando" muitos burros e assim permanece nadando em dinheiro público. 
É CÚMPLICE e não vítima aquele que vota em indivíduos comprovadamente espertalhões, corruptos, inúteis, cínicos e hipócritas. Tal eleitor faz de si mesmo um "burro morto".

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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