ZÉ, O RICO




Os trabalhadores de certa fazenda viviam tristes e desolados numa existência miserável, trabalhando duro e recebendo pouco. O dono da roça era o sinhozinho João, homem poderoso e muito exigente.
Um dia, chegou ali um novo empregado, cujo apelido era Zé Alegria. Era mais um coitado em busca de serviço. Recebeu, como todos, uma casa velha onde dormiria enquanto trabalhasse ali.
Vendo aquele casebre sujo e destiorado, Zé Alegria resolveu dar-lhe um trato. Pegou parte de suas economias, foi até à cidade e comprou tinta. Depois de uma boa faxina, pintou as paredes, portas e janelas, além de encher uns vasos com flores. Deu nova vida à moradia e isso chamou a atenção de todos que passavam por ali.
Zé fazia seu trabalho com entusiasmo e sempre cantarolando. Isso também atraiu a curiosidade dos colegas. 
- Zé, como é que você consegue ser tão feliz nessa miséria de trabalho e ganhando tão pouco?
- Bem, este trabalho hoje é tudo que eu tenho. Ao invés de maldizer e reclamar, prefiro ser grato por ele. Até porque, qando aceitei este trabalho, sabia de suas condições. Não é justo que, agora que estou aqui, fique me queixando. Simplesmente procuro caprichar em tudo. 
Mas os outros não entendiam como ele podia pensar por esse lado.
Até o sinhozinho passou a observar o comportamento do novo empregado. E pensou:
"Alguém que cuida com tanta responsabilidade e carinho de uma casa que não é sua, certamente faria o mesmo com algo maior. Ele é o único aqui que pensa como eu. Estou velho e preciso de alguém que me ajude na administração da fazenda."
Assim, seu João colocou Zé Alegria como administrador da fazenda.
Os outros ficaram admirados com aquilo.
- Zé, o que faz algumas pessoas serem bem sucedidas e outras não? - perguntaram-lhe.
Ouviram esta surpreendente resposta:
- Em minhas andanças, meus amigos, aprendi isto: não existe pobreza e nem riqueza; existem pessoas pobres e pessoas ricas. O que vai te definir como rico ou como pobre é a capacidade de realizar e de dar vida a tudo o que te cerca. Por isso sempre me considerei um homem afortunado e rico!

Texto de Renato Antunes Oliveira - adaptação de Marcos Aguiar. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UMA FILA QUE VALEU A PENA

A VERDADEIRA RIQUEZA

OS PREGOS