O "HOMEM-MACACO"




Existe, nos Estados Unidos, uma fábrica de calçados projetada exclusivamente para deficientes físicos. Todo o maquinário foi desenvolvido pelo proprietário da empresa, Mr Henry Viscardi (1912-2004). Lá se vêem máquinas que podem ser acionadas apenas por um toco de braço, outras pelos pés ou alguma perna defeituosa. Há até uma que pode ser operada pela boca de um tetraplégico!
Viscardi também era deficiente físico. Nascera com as pernas atrofiadas do joelho para baixo e tinha apenas um esboço de pés.
Quando criança andava com as mãos, segurando dois tocos de madeira forrados com borracha. Esse modo de andar lhe valeu o apelido de "homem-macaco", dado por colegas da escola. No começo, quando o chamavam assim, ele saía pulando com seus tocos para ir chorar junto à professora.
Um dia, esta resolveu lhe dar uma sacudida moral, dizendo:
- Pode pôr um fim a tudo isso se quiser! Você é um garoto muito inteligente e pode ser o primeiro da classe. Quando isso acontecer, todos irão respeitá-lo.
Dito e feito. O jovem Henry passou a reagir às chacotas sem lágrimas ou agressividade. Focado nos estudos, em pouco tempo tornou-se o mais aplicado da classe e as zombarias acabaram! Concluiu o colegial, entrou para a faculdade e formou-se em engenharia. Posteriormente casou-se e teve quatro filhas. Abriu uma indústria de sapatos e, em poucos anos, acumulou imensa fortuna.
Um dia, em seu automóvel, adaptado por ele próprio para ser controlado inteiramente com as mãos, viu um deficiente físico arrastando-se pelas ruas de Nova York. A cena ao mesmo tempo lhe doeu e o fez conceber uma grande ideia. Começou a desenhar máquinas especiais para deficientes e, após meses de planejamento, as máquinas saíram do papel.
Viscardi era católico declarado, mas sua fábrica, que leva o nome de "Abilities" (Habilidade), abre oportunidade para deficientes de qualquer crença, sem discriminações.
Eis a lição do milionário deficiente físico que, do alto de seu imenso patrimônio, debruçou-se sobre outros deficientes e os ajudou a encontrar o seu lugar na vida. Nas palavras dele:
"Eu, que conheci bem o sofrimento e o preconceito, aprendi a socorrer aqueles que sofrem."

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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