JULGAMENTO PRECIPITADO




Um médico chegou apressado ao hospital após ter sido chamado para uma cirurgia urgente. Imediatamente se preparou para entrar no bloco cirúrgico. Ainda no corredor, foi abordado pelo pai do rapaz que seria operado. O homem, impaciente, gritou:
- Por que demorou este tempo todo, doutor? Não sabe que a vida do meu filho corre perigo? O senhor não tem um pingo de responsabilidade e de empatia?
O médico, calmamente, respondeu:
- Desculpe, senhor; vim assim que recebi a chamada. Agora, por gentileza, peço que o senhor se acalme pra que eu possa fazer o meu trabalho.
- Me acalmar? E se o seu filho estivesse nessa situação, o senhor também ficaria calmo? Se seu filho morresse, o que faria? - retrucou o pai ainda agitado.
- Senhor, prometo-lhe que farei o que estiver ao meu alcance para salvar seu filho. Agora, por favor, preciso ir.
- Falar assim é fácil, quando não é com a gente - murmurou o pai enquanto o médico saía. 
Passadas algumas horas a cirurgia terminou e o médico, sorridente, saiu ao encontro do pai.
- Senhor, a cirurgia foi um sucesso. Conseguimos salvar o seu filho. Qualquer informação, veja com a enfermeira. Preciso me retirar agora. 
E, sem esperar resposta, o médico saiu tão apressadamente quanto como chegara. 
Apesar do alívio e da boa notícia, o pai desabafou com a enfermeira:
- Mas que médico insensível! Custava ele me dar mais informações sobre o estado do meu filho?
A enfermeira, um pouco comovida, respondeu:
- O filho do doutor morreu ontem num acidente rodoviário. Ele estava no funeral quando o chamamos para a cirurgia do seu filho. Agora que a cirurgia terminou e seu filho está salvo, o doutor voltou ao funeral para se despedir do filho dele.
No mesmo instante evaporou-se toda a irritação daquele pai!
Nunca se precipite em julgar o outro. Você quase sempre desconhece por onde ele anda.

Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar. 

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