VALOR QUE NÃO ENVELHECE
Numa manhã de sábado, o asilo recebeu mais uma idosa.
Chegou calada, sentou numa cadeira de rodas e caiu no choro. Seu semblante denunciava desesperança e mágoa por abandono. Notava-se que estava realmente desgostosa da vida.
Foi então que um jovem, que regularmente costumava visitar os idosos, se aproximou.
Tentou puxar assunto com a melancólica senhora que permanecia calada, num mudo protesto contra sua condição.
Contudo o moço insistiu. Fez perguntas e até brincadeiras, até fazê-la sorrir. Ela resolveu então desabafar:
- Sabe, outrora fui muito rica. Com meu falecido esposo, administrava sete fazendas. Com a morte dele assumi tudo, além de cuidar da minha única filha. Quando ela se casou, estranhamente começou a se acercar de mim e seu marido também, interessando-se pelos negócios, passando a me ajudar nas tarefas, promissórias e transações financeiras. A princípio achei até legal, pois aliviaram minha carga e, talvez, futuramente, eu teria mais tempo para mim mesma. Porém, quando completei 72 anos, minha filha insistiu que eu lhe passasse uma procuração, concedendo-lhe autonomia plena sobre todo o meu patrimônio no caso de acontecer algo comigo. Foi o meu grande erro. Em posse de tudo o que um dia seria seu por direito, ela e meu genro moveram um processo contra mim, alegando minha invalidez. E assim fui encaminhada a este asilo. É ou não é motivo pra morrer de desgosto?
- Já enxergo isso de outra forma. A senhora tem grande experiência em administração e em liderança. Já imaginou quantas pessoas aqui poderiam ser beneficiadas por seu talento? A senhora poderia trabalhar nesta instituição, auxiliando o serviço de voluntários e funcionários! Seria uma nobre maneira de ocupar o seu tempo. Com certeza a senhora enriqueceria a vida de todos aqui.
A idosa aceitou a ideia e se encheu de ânimo. Levantou-se da cadeira e se pôs a trabalhar como voluntária naquele local.
Sua filha e seu genro lhe haviam usurpado os bens, mas jamais poderiam destruir as conquistas dela, nem destruir sua dignidade.
Podia estar alquebrada pela idade, mas não no caráter.
E assim ela sacudiu a poeira da mágoa e se inundou de luz, tornando-se um sol para outras vidas.
Se você está magoado porque te feriram, não permita que isso destrua o restante da sua vida. Você ainda pode dar a volta por cima.
Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar.
Chegou calada, sentou numa cadeira de rodas e caiu no choro. Seu semblante denunciava desesperança e mágoa por abandono. Notava-se que estava realmente desgostosa da vida.
Foi então que um jovem, que regularmente costumava visitar os idosos, se aproximou.
Tentou puxar assunto com a melancólica senhora que permanecia calada, num mudo protesto contra sua condição.
Contudo o moço insistiu. Fez perguntas e até brincadeiras, até fazê-la sorrir. Ela resolveu então desabafar:
- Sabe, outrora fui muito rica. Com meu falecido esposo, administrava sete fazendas. Com a morte dele assumi tudo, além de cuidar da minha única filha. Quando ela se casou, estranhamente começou a se acercar de mim e seu marido também, interessando-se pelos negócios, passando a me ajudar nas tarefas, promissórias e transações financeiras. A princípio achei até legal, pois aliviaram minha carga e, talvez, futuramente, eu teria mais tempo para mim mesma. Porém, quando completei 72 anos, minha filha insistiu que eu lhe passasse uma procuração, concedendo-lhe autonomia plena sobre todo o meu patrimônio no caso de acontecer algo comigo. Foi o meu grande erro. Em posse de tudo o que um dia seria seu por direito, ela e meu genro moveram um processo contra mim, alegando minha invalidez. E assim fui encaminhada a este asilo. É ou não é motivo pra morrer de desgosto?
- Já enxergo isso de outra forma. A senhora tem grande experiência em administração e em liderança. Já imaginou quantas pessoas aqui poderiam ser beneficiadas por seu talento? A senhora poderia trabalhar nesta instituição, auxiliando o serviço de voluntários e funcionários! Seria uma nobre maneira de ocupar o seu tempo. Com certeza a senhora enriqueceria a vida de todos aqui.
A idosa aceitou a ideia e se encheu de ânimo. Levantou-se da cadeira e se pôs a trabalhar como voluntária naquele local.
Sua filha e seu genro lhe haviam usurpado os bens, mas jamais poderiam destruir as conquistas dela, nem destruir sua dignidade.
Podia estar alquebrada pela idade, mas não no caráter.
E assim ela sacudiu a poeira da mágoa e se inundou de luz, tornando-se um sol para outras vidas.
Se você está magoado porque te feriram, não permita que isso destrua o restante da sua vida. Você ainda pode dar a volta por cima.
Autoria desconhecida - adaptação de Marcos Aguiar.
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