O QUE NUNCA MUDA

 




Uma jovem mãe, recentemente viúva, tomou um choque ainda maior que o da morte do marido: descobriu que estava com câncer. Voltou do consultório extremamente angustiada.
Estava consciente de sua aparência desagradável - sem a cabeleira, devido à radioterapia. Sentia-se sem ânimo para prosseguir com a vida. 
Pensou, sobretudo, no pequeno filho. Ele tinha apenas seis anos. Como ele reagiria vendo-a careca? Certamente ele estranharia. 
Ao chegar em casa, a coitada sentou-se à mesa, na cozinha, pensando em como explicaria ao filho porque estava tão feia.
O menino estava deitado no quarto; ouvindo sua mãe chegar, foi à cozinha e ficou olhando-a, curioso mas calado. 
Ela o chamou e foi logo tentando dizer-lhe tudo, delicadamente. O garotinho, como única resposta, se aconchegou a seu colo, quietinho e com a cabeça recostada em seu peito.
Acariciando a cabecinha ruiva do filho, ela disse:
- Você vai ver como daqui a pouco o meu cabelo vai crescer e eu vou ficar como antes, meu querido.
O menino então se levantou e, olhando-a bem nos olhos, respondeu, na mais pura espontaneidade:
- Sua cabeça está diferente, mamãe. Mas seu coração está igualzinho!
Era tudo o que aquela mãe precisava ouvir. Com os olhos inundados, abraçou forte o seu filhinho, dando-se conta de que se sentia muito melhor agora e que as lágrimas a purificavam de toda tristeza.
O essencial é invisível aos olhos; quem ama, vê além das aparências. 

Texto de Jack Canfield - adaptação de Marcos Aguiar. 


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