"UM BUQUÊ PARA VOCÊ!"




Era um dia ensolarado. O ônibus, repleto de pessoas, algumas com pacotes e sacolas. Mulheres com bebês ao colo, enquanto outras mães mais veteranas procuravam acalmar suas crianças inquietas, cujas travessuras interrompiam a tranquilidade de passageiros antipáticos.
O tempo estava quente. Senhoras conversavam, trocando queixas sobre as dificuldades da vida. Jovens falavam alto e em tom animado sobre uma festa marcada para o final da semana.
Em meio a todo esse caos humano e enquanto o coletivo sacolejava pela estrada, num dos assentos estava um velhinho magricela que segurava, cuidadosamente, um ramo de flores.
As flores eram lindas e estavam frescas, sem nenhum defeito. Provavelmente teriam sido colhidas há pouco tempo, num jardim muito bem cuidado.
Do outro lado do corredor, uma garota não desviava os olhos das flores. Encantara-se com elas. 
Logo chegou o momento do velhinho descer do ônibus. Antes de ir, no entanto, parou em frente à jovem e lhe ofereceu o buquê.
- Posso ver que você adorou as flores. Acho que minha esposa iria gostar se você ficasse com elas. Direi a ela que dei as flores a você. 
Com um sorriso tímido, a garota aceitou o presente e nem teve tempo de agradecer, pois o ônibus parou e o idoso senhor já foi logo descendo.
Porém, antes de o veículo partir, ela percebeu que o velhinho adentrou os portões de um pequeno cemitério - ia encontrar-se com a amada esposa, que ali já adormecia há tempos.
Nunca se esqueça daqueles que se foram, mas também não se descuide dos que ainda estão aqui!

Texto de Bennett Cerf - adaptação de Marcos Aguiar. 


 

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