RETRIBUIÇÃO

 




Um jovem que estava em grande dificuldade financeira acabou sendo despejado, passando a dormir no carro. Logo faltou dinheiro para o combustível e para alimentar-se. 
Com a carteira literalmente vazia, ele se desesperou.
Numa noite, com o estômago urrando, entrou numa lanchonete e pediu vários pratos, já que não previa quando poderia comer de novo. Comeu até não mais poder.
Ao chamar o atendente para pagar, fingiu ter perdido a carteira, procurando-a por todos os cantos da lanchonete. 
O funcionário simulou que apanhava algo no chão. Entregou cem reais ao moço, dizendo:
- Acho que é isso que você estava procurando, não é? Deve ter deixado cair quando entrou.
O rapaz, confuso e envergonhado, pegou o dinheiro, pagou a conta, recebeu o troco e saiu de fininho.
- E se o dono do dinheiro aparecer? - Perguntou-se com medo. Mas aí se deu conta de que o funcionário da lanchonete se apiedara dele, fingindo achar o dinheiro. 
Com o troco abasteceu o carro e rodou para outra cidade. Enquanto dirigia, agradecia pelo gesto de bondade daquele cara da lanchonete e prometeu a si mesmo que, tão logo subisse na vida, faria a outros o que aquele homem fizera por ele.
O tempo passou e a fase da vaca magra também. O moço prosperou como nunca antes.
Ele então iniciou sua jornada de benevolência, identificando pessoas necessitadas e ajudando-as a pagar aluguéis, prestações, tratamentos médicos e cirurgias. Viu, com satisfação, a alegria no rosto daquela gente.
Anos depois, se lembrou do funcionário da lanchonete. Chegando lá, descobriu que o estabelecimento fechara as portas, mas perguntando aqui e ali acabou descobrindo o paradeiro daquele atendente. 
Bateu à porta da casa dele com presentes e uma boa soma de dinheiro. 
- Eu sou aquele sujeito a quem você ajudou, há mais de quinze anos. Saiba que, com seu nobre gesto, minha vida mudou para sempre. 
O homem se desmanchou em lágrimas, agradecendo pelo dinheiro e os presentes. 
- Sua ajuda não poderia vir em melhor hora. Vivo a cuidar de minha esposa, gravemente enferma há anos, lutando contra um câncer e o mal de Alzheimer. Estou atolado em contas hospitalares. Sua ajuda caiu do céu. Muito obrigado!
Estamos neste mundo sujeitos a sermos ajudados, mas também com a missão de ajudar. Importar-nos uns com os outros é a nossa trilha da felicidade. 

Texto de Chris Benghue - adaptação de Marcos Aguiar. 


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