O SONHO DE JEAN

 




Em 1959, quando Jean Harper estava na terceira série, sua professora solicitou aos alunos uma redação sobre o que eles queriam ser quando crescessem. A pequena Jean extravasou no texto o seu coração: queria ser piloto de avião e realizar todas as possibilidades desse sonho.
Sua redação, no entanto, levou um zero.
- Mas que conto de fadas! - disse a professora ao lhe entregar o texto. - Isso não é profissão para mulher!
A pobre Jean ficou arrasada.
Mostrou a redação a seu pai, que disse:
- Mas é claro que você pode ser piloto, filha! Essa professora não sabe do que está falando.
Apesar do apoio do pai, Jean se deparou com muitas pessoas negativas que a desencorajavam sempre que ela falava a respeito de seu sonho, e isso fez com que ela acabasse desistindo. 
Entretanto, anos depois, quando ela estava no último ano do segundo grau, teve o apoio e incentivo de Dorothy Slaton, uma professora que procurava tratar os alunos como adultos talentosos e responsáveis. 
Um dia, a sra Slaton propôs à classe uma redação com o tema: "O que você acha que estará fazendo daqui a dez anos?"
Jean descreveu simplesmente que seria garçonete.
Duas semanas depois, a professora devolveu os textos, virados pelo avesso sobre cada carteira. Em seguida perguntou:
- Escrevam aí a resposta a esta pergunta: "Se você tivesse os meios e a oportunidade de fazer o que realmente deseja, o que faria?" Sejam sinceros!
Jean sentiu reavivar dentro de si aquele antigo entusiasmo e escreveu o seu sonho de criança. Quando todos terminaram, a professora perguntou:
- Quantos de vocês escreveram a mesma coisa nos dois lados do papel?
Todos levantaram a mão - exceto Jean.
Ao saber sobre o sonho de sua aluna, a sra Slaton respondeu com energia:
- Então faça isso! Vá em frente!
E assim Jean fez.
Nada aconteceu da noite pra o dia. Nos dez anos seguintes trabalhou duro, enfrentando a oposição, o preconceito, o ceticismo e até a hostilidade. 
Tornou-se piloto particular, conseguindo graduação para pilotar aviões de carga e de passageiros. Houve hesitação em promovê-la simplesmente por ser mulher. Até mesmo seu pai sugeriu que tentasse outra coisa.
- Eu discordo, papai. Acredito que as coisas irão mudar e eu quero estar entre as primeiras quando isso acontecer. 
E assim aconteceu.
Em 1978, após diversas realizações e proezas em voo, Jean Harper se tornou uma das três mulheres pilotos da United Airlines.
Foi o poder de uma palavra positiva e uma fagulha de encorajamento que deram àquela insegura jovem a força e a fé para perseguir seu sonho. Hoje, Jean diz:
- Eu escolhi acreditar nisso.

Texto de Carol Kline - adaptação de Marcos Aguiar. 


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