O GESTO É O MAIS IMPORTANTE

 




Um menino pobre entrou em uma loja, escolheu um sabonete comum e pediu ao dono do estabelecimento que o embrulhasse para presente.
- É para minha mãe! - explicou, orgulhoso.
O homem ficou comovido diante da singeleza daquele presente. Olhou com compaixão seu pequeno freguês e desejou ajudá-lo. Achou que poderia embrulhar junto com o sabonete algum artigo mais significativo. No entanto ficou indeciso: ora olhava para o garoto, ora para as prateleiras da loja. 
"Faço ou não faço?", pensou.
Como o homem se demorava, o guri se adiantou. Enfiou a mão no bolso e retirou todas as moedas que trouxera, colocando-as sobre o balcão. 
O comerciante se comoveu ainda mais quando viu as moedas, cujo valor era quase insignificante. Ficou com pena do menino e se pegou lembrando da própria infância. Fora muito pobre e também sempre quis presentear sua mãe, mas ela morreu quando ele era ainda jovem, antes de conseguir o primeiro emprego. 
O menino, um pouco inquieto, despertou o homem de seus pensamentos:
- Senhor, já pedi o sabonete e lhe entreguei o dinheiro. Por favor, embrulhe. Ou está  faltando mais dinheiro pra inteirar o valor?
- Não, garoto, desculpe. É que de repente me lembrei da minha mãe. Ela morreu quando eu ainda era muito jovem. Como eu não tinha trabalho, nunca pude comprar um presente pra ela.
- Nem mesmo um sabonete? - retrucou o menino, na maior inocência. 
O homem ficou sem jeito e não respondeu. Acabou por desistir da ideia de melhorar o presente. Embrulhou o sabonete com o melhor papel da loja, colocou uma fita e o entregou ao garoto.
Sozinho, o homem refletiu, triste: como é que nunca pensara em dar algo pequeno e simples à sua mãe? Sempre entendera que presente tinha que ser algo significativo, mas a atitude simples de uma criança o fez repensar sobre seu erro e aprender uma grande lição. Pois, junto com aquele sabonete, o menino daria à sua mãe o melhor de todos os presentes: um gesto de amor!
Portanto, com muito ou com pouco, invista no amor. Ele é o único meio de tornar as pessoas felizes.

Texto de Melcíades José de Brito - adaptação de Marcos Aguiar. 


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