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A DECISÃO DE DISNEY

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Num dia como outro qualquer, depois de muito refletir, decidi triunfar. Decidi não esperar as oportunidades e, sim, eu mesmo ir buscá-las. Decidi ver cada problema como um meio de encontrar uma solução.  Decidi desvendar em cada deserto a possibilidade de um oásis.  Decidi encarar cada noite como um mistério a resolver. Resolvi enxergar em cada dia uma nova chance de ser feliz. Descobri que meu verdadeiro rival está em mim mesmo - minhas próprias limitações; e que enfrentá-las é a única forma de as superar. Descobri que não sou o melhor e que talvez eu nunca seja. Deixei de me importar com quem ganha ou perde. O que importa pra mim agora é, simplesmente, saber melhor o que fazer. Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, mas deixar de subir.  Passei a entender que o melhor triunfo é poder encontrar e chamar alguém de "amigo". Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento - é uma filosofia de vida. Aprendi que de nada serve ser luz se isso n

"COMIDA A ESCOLÊ"

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Perto do meio-dia, dois amigos viajantes que percorriam o interior procuravam um local para comer. Depararam-se afinal com um pequeno restaurante na beira da estrada. No alto do imóvel, havia uma placa de madeira com a seguinte inscrição em letras garrafais: "COMIDA A ESCOLÊ". Inferiram que o proprietário ou proprietária se equivocara ao escrever, talvez pela pouca leitura que tivesse. O certo é que ali se oferecia refeições. Entraram. Uma senhora muito humilde os atendeu. Não avistando cardápio, indagaram o que havia de comer. - Frango frito - foi a breve resposta. - E o que mais? - Só frango frito.  - Mas a tabuleta lá fora diz "comida a escolher" - argumentaram. - Sim - confirmou a mulher - Podem escolher se querem ou não comer frango frito. Aquela senhora, na sua simplicidade, tinha toda razão.  Tudo na vida é opção. Uns escolhem a felicidade, mesmo em meio à necessidade e escassez; outros preferem uma existência amarga, não importando a abundância e

DEDICAÇÃO DESINTERESSADA

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Certa senhora residia num asilo há três anos. Agradável com todos, era o centro das atenções. E, embora tivesse que permanecer na cama ou na cadeira de rodas, em função das muitas dores, mostrava-se continuamente feliz. Sempre tinha uma história para contar, com dicção clara e linguajar de alto e bom astral que encantava seus ouvintes. Por vezes, relatava fatos de sua própria vivência com familiares.  Uma vez, alguém lhe perguntou por quantos anos fora casada. - Cinquenta e três anos. E sem férias - respondeu com um suspiro. Outra interlocutora quis saber se o marido era tão bom e gentil, dada a longevidade da relação. - Até o dia do casamento me parecia que sim; mas, depois, as coisas foram mudando muito. Ele era bem mais velho, estrangeiro, ateu e com costumes bem diferentes dos meus. Eu, jovem oriunda de uma família humilde, tive uma infância pobre e muito religiosa. O deus dele consistia no dinheiro. Seus apegos maiores eram a gula e o sexo. Nunca falou que me amava ou

O PODER DA DOÇURA

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Um viajante seguia pela estrada, quando observou um pequeno rio que começava tímido por entre as pedras. Acompanhando o curso do rio por um bom tempo, notou que ele ia gradativamente se avolumando. Mais adiante, o que mais parecia um córrego se desdobrava agora em dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes. A música das águas enfeitiçou o andarilho, que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras. Descobriu, com surpresa, uma gruta, criada pela natureza com formas caprichosas. O homem entrou, impressionado com o aspecto das pedras gastas pelo tempo. De repente, descobriu uma placa. Alguém, obviamente, estivera ali antes dele. Com o auxílio da lanterna, leu a inscrição da placa. Consistia em versos do escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913: "Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, dança e canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir." Assim também

MEMÓRIAS PRECIOSAS

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Laís e Clara chegaram eufóricas à casa da vovó, com suas mochilas quase explodindo com tantas coisas - roupas, travesseiros, mantas coloridas, brinquedos; enorme bagagem pra tão pouco tempo. - A gente trouxe tudo de que precisa, vó. A avó não deixou por menos. Estendeu um colchão grande no assoalho da sala, rodeado de almofadas, como se fossem paredes de uma cabana em plena floresta. Nesse espaço, avó e netas compartilharam momentos agradáveis. Houve leitura de estórias, simulação de piquenique, teatrinho e outros passatempos. Ninguém sabia quem estava mais feliz: a avó que recebia as netas ou elas que visitavam a avó. No entanto, houve um momento que superou os folguedos e guerras de almofadas e travesseiros. Foi quando a avó começou a relatar fatos da vida da mãe das meninas, da época em que essa tinha mais ou menos a idade delas. A curiosidade cresceu. Perguntas se sucediam umas às outras, quase sem cessar. Histórias da família e da escola, travessuras, peraltices - tudo

DE ONDE VEM A CHUVA?

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Fazia tempo que não chovia na roça, de maneira que os animais começaram a ficar inquietos. Uns diziam que ia chover logo; outros diziam que ainda ia demorar; mas não chegavam a um consenso. - Só chove quando cai água do teto do meu galinheiro! - comentou a galinha. - Ora, que bobagem! - retrucou o sapo de dentro da lagoa - Chove quando a água aqui começa a borbulhar! - Mas como assim? - replicou a lebre - Está visto que chove quando as folhas das árvores começam a gotejar a água que têm dentro! Nesse momento, começou a chover. - Viram? gritou a galinha - O teto do meu galinheiro está pingando. Isso é chuva! - Ora, não vê que a chuva é a água da lagoa borbulhando? - argumentou o sapo. - Nada disso! - retornou a lebre - Estão cegos? Não vêem que a água cai das folhas das árvores? Cada animal achava saber de onde vinha a chuva mas, na realidade, nenhum deles tinha o conhecimento, apenas opiniões. E opiniões não costumam se solidificar em fatos. Texto de Millôr Fernandes - adap

A XÍCARA DE CHÁ

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Havia um mosteiro no alto de uma montanha, onde vivia um grande mestre procurado por muitas pessoas sedentas de conselhos. Um homem, ouvindo falar sobre o mestre, decidiu ir conhecê-lo. Cruzou o país inteiro até chegar ao mosteiro e foi recebido pelo próprio mestre que o convidou para um chá. Sentaram-se e o mestre preparou as xícaras. O homem estava tão entusiasmado com o encontro que não parava de falar um único minuto; contou ao grande mestre sobre suas peregrinações, os livros que havia lido e tudo que havia aprendido. Falou o quanto era inteligente e até recitou frases de grandes pensadores. Enquanto isso, o mestre ia calmamente tomando o seu chá. Ao terminar de beber sua xícara, encheu-a novamente e começou a encher também a xícara do visitante, que não parava de falar. Daí a xícara transbordou, encharcando a mesa e escorrendo chá em abundância pelo chão.  O hóspede, surpreso e contrariado, gritou: - Pare! Não vê que está molhando tudo? Só então o mestre, serenamente,